quarta-feira, 31 de agosto de 2016


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O sábio da montanha


Havia um velho sábio que morava no topo de uma alta montanha. Todos os que necessitavam de conselho para lá se dirigiam. 
Numa noite um jovem viajante apresentou -se ao sábio e disse-lhe:
- Venho andado por muitos quilômetros a tua procura. Agora desejo muito que me respondas algo. 
- Que digas então, meu caro jovem. 
-Sou um andarilho a procura de meu caminho nesta vida. Mas receio ter que desistir de minhas viagens porque por vezes a falta de água vem me devastando. Nos últimos dias quase desfaleci de sede e...
-Prossiga-disse encorajando-o o sábio. 
-Para perseverar em meu caminho gostaria de saber, se é que é possível... Como eu faço para nunca mais ter sede? 
- Ah essa é uma pergunta interessante. -Disse o velho. 
-E então, tem resposta? 
-Para qualquer desafio uma resposta desde que para qualquer resposta haja um desafio. 
-O que queres dizer? 
-Quando a lua incidir em teu coração a resposta virá. 
-Ainda não entendi. -Disse o rapaz. 
-Deves entrar sete vezes no mar em noite de lua cheia. 
-Sério? É só isso? 
-Claro. Respondeu o sábio com segurança. 
-Está certo. Então o farei. 
O rapaz notou que aquela era uma noite de lua cheia e o mar estava próximo dele. Não quis esperar mais. 
Correu para a praia e imergiu-se em suas águas.Mas horas depois sentiu muita sede. 
Voltou então ao sábio e disse nervosamente:
-Você estava errado. Eu fiz o que me dissestes, mas nada mudou comigo. Continuo tendo sede normalmente. 
-Então não mergulhastes nas águas certas-Reagiu o velho. 
Agora o jovem sentiu -se curioso. 
-O que queres dizer? Ha um mar específico onde devo mergulhar? Se sim, diga-me qual é. 
-Voltes para trás e me digas tu. 
Logo, o rapaz intrigado retornou ao mar naquela mesma noite. 
Mas dessa vez reparou algo que há horas não havia notado. Era um barquinho distante. 
Nele haviam pessoas que agitavam os braços em pedido de socorro. 
O rapaz prontamente jogou -se sobre as ondas gélidas noturnas e nadou. 
A cada braçada parecia ouvir a voz do sábio:
"Quando a lua incidir em teu coração, a resposta virá. "
Ao aproximar-se do barco ainda refletindo sobre essas palavras viu que ele estava naufragado. Os tripulantes estavam sem remo e as águas agitadas faziam com que eles sucumbissem um pouco mais a cada segundo. 
Havia uma nítida atmosfera de urgência.
Por isso ele retirou uma das pessoas do barco e levou-a nadando até a praia. Da mesma forma fez com todas as restantes, de uma em uma. 
Depois de não haver mais ninguém no barco, ele decidiu contar os que havia salvado. 
E, para sua surpresa o número das pessoas era sete, exatamente o número de vezes que deveria entrar no mar. 
Voltou então ao velho sábio e disse-lhe:
-Obrigado! Agora eu sei qual o caminho que devo seguir. A sede que mais me incomodava já não sinto mais. 


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