sexta-feira, 20 de janeiro de 2017




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O tesouro do arco-íris


Um dia um arco-íris apareceu no céu e Lucas pôs-se a observá-lo. O fenômeno sempre chamou-lhe a atenção.
- Você sabe o que dizem sobre ele?- Perguntou-lhe seu irmão, Marcos.
- Sobre quem?- Respondeu Lucas distraido.
- O arco-íris.
-Sei que é um fenômeno que separa as luzes do sol quando este incide sobre as gotas de chuva.
-Ah, não é sobre isso que me refiro.- Disse Marcos virando os olhos para a resposta nerd do irmão.
- Além disso não consigo pensar em nada.-Disse Lucas.
Foi então que começou a explicar o outro:
- Há milhares de anos, dizem que uma família de fadas, em guerra no seu planeta, encontrou o arco-íris e escondeu o tesouro da família, um objeto muito valioso. Mas, há poucos quilômetros deste, foram encontrados e exterminados. Assim, o tesouro nunca mais foi visto.
- Que história triste e mentirosa.- Apressou-se Lucas.
- Nunca se sabe.
-O que está dizendo? Acredita nessa lenda?Quis saber o irmão.
- Você sabe que muitas lendas são baseadas em verdades.
- Ah, então você acredita?
- Nunca saberemos se não formos lá.
- O que quer dizer? Podemos visitar o arco-íris?
-Claro que podemos.
- Mas como?
-Este livro é sobre as lendas antigas.-Disse Marcos mostrando um livro para o irmão.- Aqui diz que se estivermos há um metro do arco-íris no momento em que a primeira nuvem começar a cobri-lo, ele nos sugará para dentro.
-Então o que estamos esperando.Vamos?
- Sim, mas temos que subir esta montanha.- Disse Marcos apontando para a montanha a frente deles.
Pouco depois, entreolharam-se e,  animados, começaram rapidamente a escalar.
E, quando estavam há cerca de um metro do arco-íris, viram uma nuvem que direcionava-se para eles. Foi então que, logo acima dela observaram que havia uma família de fadinhas, exatamente como na história.Quase que, imediatamente, os meninos foram sugados para dentro da nuvem. Então a família de  fadas aproximou-se e o que parecia o líder disse:
- Vocês foram escolhidos para serem os guardiões do tesouro das fadas.
-E que tesouro é este?- Adiantou-se Lucas.
Logo o líder explicou:
- É o tesouro da luz. Onde se brilha a escuridão, as luzes mais belas e coloridas se fazem necessárias.
Logo os irmãos desceram do arco-íris e se tornaram bem feitores no mundo todo. Onde havia guerra, levaram a paz, onde havia tristeza levaram a alegria e onde havia ódio levaram o amor...
-Agora eu sei- disse Lucas abraçado ao irmão enquanto olhavam num belo dia o arco-íris- a bondade é o tesouro mais importante que temos.








quinta-feira, 19 de janeiro de 2017




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A chave da noite


Mileide brincava num parque da cidade com seu melhor amigo, Jonathas e seu cãozinho Pequeno. O sol contornava as árvores grossas de seu cenário. O céu , de um azul brilhante registrava um dia inesquecível.
-Você não me pega.-Gritou Mileide ao parar para tomar um pouco de fôlego há três metros do amigo.
Mas Jonathas era sobremaneira ágil e em dois minutos já havia alcançado e tocado o ombro da amiga.
- Agora é sua vez- Disse o rapaz.
E assim prosseguiram, revezando-se num pique-pegas divertido.
- Poderíamos ficar aqui pra sempre!- Disse a moça ao parar para tomar um pouco de fôlego.
E o garoto aproximando-se lentamente tomou suas mãos e disse:
- Podemos ficar se desejar.
Agora um beijo estava prestes a acontecer. Mas foram interrompidos pelo latido distante do cachorro da garota.
- Onde Pequeno está?- Perguntou a moça.
-Vamos procurá-lo.Disse o rapaz.
Assim, puseram-se a procurar o cãozinho. Depois de trinta minutos estavam muito preocupados. Não havia por alí nenhum rastro do animal, mas, de repente, o encontraram. Aproximaram-se e viram-no parado, fixando o interior de um buraco raso.
- Ah, você está aí Pequeno. Venha conosco. -Disse a menina aliviada.
Mas o animal continuou ali, não parecendo notar a presença da dona.
Mileide nunca havia visto seu bichinho daquele jeito, por isso acompanhou seu olhar, tentando entender a razão de tal admiração.
 Assim, ao olhar para o interior do buraco, notou que havia nele uma grande chave. Não sabiam por que, mas de alguma forma decidiram ficar com ela.
E foi Jonathas que abaixou-se para retirá-la. Assim que a tomou em suas mãos, o céu azul foi coberto por uma camada negra de estrelas prateadas.
- Como escureceu tão rápido?- Perguntou a garota
Mas confuso, o rapaz olhou para o relógio, que registrava dez horas da noite,depois para a chave, que colocou no bolso da calça. Em seguida, abanou a cabeça.
Sem explicações para o fenômeno, deram as mãos em direção às suas casas.
No dia seguinte, encontraram-se novamente no mesmo parque.Lá, montaram um piquenique e puseram-se a conversar.E, o prazer do momento fez a moça dizer:
-Eu amo estar com você
E o rapaz respondeu.
-Que tal repetirmos isso para sempre?
Como a moça concordou, iniciaram um namoro.
Pouco depois, Jonathas lembrou-se que havia levado aquela mesma chave que haviam encontrado no dia anterior.
E, ao tomá-la em suas mãos, novamente escureceu repentinamente.
- Não entendo. -Disse a moça.- Esta chave..esta chave é fantástica. É como se ela fizesse surgir a noite.
No próximo encontro do casal, decidiram levar a chave para um velho sábio conhecido chamado Artrudus.
Depois de explicarem a situação, o sábio olhou para a chave, em seguida para o casal e, sorrindo disse:
- Ah, caso curioso..muito curioso...
-O que tem essa chave ?- Perguntou o rapaz.
-Esta é a chave da noite.
-Como assim?- Quis saber a moça.
- Por milênios essa chave tem sido escondida e entregue àqueles que para ela estavam preparados. Ela revela o segredo mais profundo da alma.
- E que segredo é esse? Perguntou o rapaz.
- O amor.- Disse o sábio.  Somente os que amam podem vê-la e abrir o portal da noite.
Agora o casal olhou-se profundamente e apertaram as mãos. Seus olhos revelavam que começavam e entender.
Então o velho prosseguiu com uma pergunta:
- Como sentem-se quando estão juntos?
-É maravilhoso!Disseram os dois.
-Exatamente- Continuou o sábio. .- Quando dois corações se amam, estes tornam-se cegos para o tempo.Somente os que amam não percebem o tempo passar.




quarta-feira, 18 de janeiro de 2017




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Asas de borboleta


Era uma vez uma menina que vivia em um orfanato. Ela sempre chorava muito e sentia-se a mais infeliz criatura, sem família ou amigos.
 Mas ela tinha um sonho: Queria voar. Todos os dias, passava horas no jardim do orfanato admirando as lindas borboletas coloridas que para lá migravam. 
Um dia uma borboleta azul, cuja beleza sempre fora notada pela menina, pousou em sua mão. Imediatamente, ela segurou as asinhas do inseto e pediu:
- Empreste-me tuas asas para que eu vôe para bem longe.
E a borboleta graciosamente respondeu:
- Não posso emprestá-las. Se eu as tirar, jamais poderei voar novamente.
Então a menina entristeceu-se. Não ousaria tomar as asas da borboleta e nem poderia pedi-las novamente, pois sabia o quanto elas significavam para uma criação aérea.
- Não fostes feita para voar.- Consolou-a a borboleta. Mas se quiseres mesmo...Quem sabe?...
Nitidamente a borboleta azul travava um diálogo interno. Contudo, a garota ousou interrompê-lo:
- Se houver qualquer coisa que eu possa fazer para voar, por favor me diga, eu, eu sonho em...
- Eu sei, eu sei, querida- Disse a gentil borboleta. Não se preocupe. Já sei como ajudá-la.
- Amanhã estarei aqui do nascer ao pôr do sol.Não conte a ninguém, mas te emprestarei minhas asas por um dia.
- Mas você disse que não era possível.- Disse a menina.
- Sim, não é possível sem que ...
A borboleta não conseguiu completar a frase.
Mas a menina entendendo disse resoluta:
- Não, não poderei tomar tuas asas porque senão nunca mais voarás.
- Amanhã isso já não importará mais.
- Como assim?
- Amanhã eu receberei asas mais fortes, então não precisarei mais destas.
-Sério? Então eu poderei ficar com estas que você usa agora?
- Ah, isso depende.- Respondeu a linda borboleta.
- O que queres dizer?
- Depois que eu emprestar minhas asas, só poderás ficar com elas por um dia. Se não as devolveres a esta terra....-Disse a borboleta apontando uma asinha ao chão- ...serás borboleta para sempre...
-Está bem.- Disse a menina encerrando o diálogo.
No dia seguinte, menina e borboleta se encontraram novamente. A borboleta tinha mares de água em seus olhos, mas tentando disfarçar apenas sorriu e olhou para o chão enquanto tirava suas asas e entregava-as à amiga. A menina então, colocando-as em suas costas, alçou seu primeiro vôo magistral. Ela estava tão feliz que nem notou a dor da borboleta, que contorcia-se no chão.
Agora a menina -borboleta sentia-se completa: Pôde sentir a brisa do mar por cima deste, tocar as nuvens brancas que percorriam seus sonhos dourados, visitar o arco-iris e deliciar-se com a sensação do vento alto perfumado em seus cabelos. Parecia tudo tão incrível, que quase nem se lembrou da mãe de suas asas. Mas ao se lembrar,,voou o mais rápido que pôde. Queria agradecer e mostrá-la seu amor.Agora a borboleta azul era sua família.
Mas quando a menina a encontrou, pôs-se a chorar. A borboleta já havia trilhado o caminho de toda a terra.Sem asas, em pouco tempo não pôde resistir.
- Não chore, menina linda. Disse uma voz por cima de sua cabeça.
E quando a menina olhou, reconheceu sua amiga borboleta. E desta vez ela estava diferente: O azul de suas asas era muito mais brilhante, seus olhos eram dourados e seu semblante era como um mar calmo e supremo.
-Eu estou feliz! Recebi minhas asas eternas- Prosseguiu a borboleta. E como eu disse, podes ficar com estas.
- Há, eu te amo! Disse a menina abraçando a borboleta. Eu não preciso mais destas asas.- Disse enquanto as devolvia ao chão.- A asa que eu precisava já me destes. Ao receber tuas asas aprendi o que é amar e ser amada. Agora não quero  mais lamentar-me, mas amar meus semelhantes. O amor é a asa que mais importa. Agora eu sei. Obrigada, minha amiga! 
E, enterrando as asas de borboleta que uma vez foram suas, a menina ergueu-se com seus pés e voou com seu coração, rumo a uma nova vida de alegria e paz.


Karen Rocha



terça-feira, 17 de janeiro de 2017




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Serenata Encantada



Eles se conheceram há muito tempo atrás, onde o bairro de Vila Ouro era só árvores e os carros eram fortes cavalos marrons e negros.
Agora aquele lugar estava diferente, completamente modernizado: asfaltos, luz elétrica e semáforos.
O estresse e a poluição da cidade pareciam sugar o clima romântico que dantes pairava ali.
-Pirilampa, apareça-me!- Gritava um belo jovem trajando uma roupa sob uma capa nitidamente ultrapassada há séculos.
Aquele era um teatro bucólico romantizado. A verdade é que, todos os anos, no dia 12 do mês de agosto a mesma cena se repetia. Por que isso acontecia? Essa é uma história que estou prestes a contar.
Tudo começou com uma jovem chamada Mariah. Ela era muito sonhadora. Todas as noites olhava para o céu e fazia um pedido:
- Desejo encontrar o cavalheiro dos meus sonhos e viver com ele para sempre!
Assim, na noite do dia 12 de agosto de 1420 a moça pôs-se a cantar e um jovem cavalheiro que passava apaixonou-se pela bela voz que ouviu.
Então, para chamar a atenção da moça, começou a cantar a mesma canção que ela, em forma de serenata. Logo, depois de muitos sorrisos e retornos do rapaz, perceberam que não poderiam mais ficar separados.
Em pouco tempo casaram-se e viveram muito tempo juntos, até que recolheram-se para um lugar onde a matéria não morre.
Há, mas sua história não poderia ir com eles desta vida, não, não poderia. Por isso, para que inspirasse seus descendentes, uma das três filhas do casal teve uma ideia: Ela decidiu encenar com seu esposo, a serenata do dia em que seus pais se conheceram, no dia 12 de agosto. E, foi o que fizeram.
Logo, essa tradição familiar foi passando de geração a geração, até os dias de hoje, onde é possível ver a cada 12 de agosto, a encenação da "Serenata Encantada"pelos descendentes de Rodolfo e Mariah, para que a serenata que iniciou muitas vidas jamais morresse.


Karen Rocha

terça-feira, 13 de dezembro de 2016


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O Vento e a Pena

Uma  pena caira de um pássaro e foi parar em cima de uma pequena Ilha. Mas a pena sentiu-se livre, pois não estava mais presa ao pássaro. Podia ser sózinha, ser ela finalmente, livre para viver sua vida.
Então o sol saiu de trás da montanha e aproximou-se dizendo:
- Ora ora peninha. Sozinha estas tão frágil. Em poucos dias minha luz te transformará em matéria seca. Nenhuma vida restará em ti. 
E a pena sentindo medo disse:
-Por favor, senhor sol deixe-me desfrutar a vida antes que a chuva venha e me leve numa enxurrada. 
-Está bem. Disse o sol . -No que depender de mim, jamais definharás. E afastou-se entre as nuvens. 
A pena sentiu-se feliz e pensou:
"Finalmente vou ser livre"
Então  a chuva ouviu seu nome e desceu  correndo. Mas a peninha pediu:
-Por favor senhora chuva não me molhe. Deixe-me desfrutar a vida  antes que eu me afogue neste mar e nunca mais retorne. 
Assim, a chuva respondeu:
-Tudo bem. Por mim jamais serás arrastada daqui através das águas.
E logo foi molhar outros cantos. 
A pena então pensou novamente:
"Finalmente vou ser livre"
Mas o mar que ouvira seu nome começou a aumentar de volume. E enquanto subia a peninha pediu:
-Por favor senhor mar,não me encubras. Se o fizeres, não resistirei e virarei lembrança. Deixe-me desfrutar a vida, antes que o vento me leve. 
-Está bem-disse o mar- Não te levarei para as minhas profundidades. Dependendo de mim, estarás segura em terra firme.
Mas a pena agora começou a refletir:
"Eu sempre quis ser livre, mas estou tendo tantos desafios sózinha e..."
Então, um vento que passava olhou para a pena e disse:
-Ja não podes voar. Tu sozinha és como uma folha de figueira que levo para onde quero. 
Mas a pobre peninha implorou:
-Por favor senhor vento, não me leves daqui. Deixe-me  desfrutar a vida...
Mas o vento dando de ombros antes que a pena concluisse sua fala, voltou com mais força dizendo:
-Desculpe. Mas não posso ouvi-la. 
E tomando-a rapidamente levou-a para bem longe. 
Enquanto isso a peninha ficou com muito medo. Não sabia o que a aguardaria. Poderia ser que a morte estivesse vindo tragá-la. Sabia que poderia esperá-la, pois que mais pensaria uma tão frágil pena?
Então o vento aproximou-se de um pássaro que havia pousado no alto de uma colina e deitou em seu lado a pena aflita.
O pássaro então,  tomando-a pelo bico , a repôs às suas asas. Em seguida, alçou um vôo de alívio.Finalmente sua peninha havia sido encontrada e ele se sentia completo.
E, de modo semelhante a pena experimentava a alegria de retornar ao lar.
-Ah, muito obrigada senhor vento. Agora eu sei o que é liberdade e nunca mais quero me perder.
E o vento sorrindo, abraçou-a gentilmente.

Karen Rocha

quinta-feira, 24 de novembro de 2016



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A última montanha

Um velho alpinista  escalava uma montanha muito alta. 
-Esta é a última. Aguente firme.-Dizia alto a si mesmo enquanto se esforçava para alcançar a meta de escalar a montanha de número cem e também a última de sua vida antes de "aposentar-se". 
Seus braços inchados e doloridos aliados as pernas bambas pelo tempo tornavam a tarefa ainda mais desafiadora. 
"Não olhe para baixo. Não olhe jamais." Pensava no que havia aprendido com os anos de experiência. 
As nuvens intrusas começaram a descarregar umas espessas gotas.  Não seriam um obstáculo se suas mãos e pés não estivessem escorregando. 
Agora ele precisava segurar mais firme. 
Sua tensão muscular era tamanha que podia sentir uma dezena de nervos em seu corpo esticando-se. 
A coragem alimentada pelo instinto de sobreviver não lhe permitia desistir. 
Quando finalmente chegou no topo, sua voz  cansada ecoou em alívio. 
- Isso, Isso, sou um campeão! 
De repente,  um enorme Dragão voando ao redor da montanha pousou ao seu lado. 
Seus olhos carmesim lembravam um tom de sangue vivo. 
-O que procuras? -disse o monstro alado. 
Mas o homem não sabia o que dizer. Na verdade nem sabia ao certo o que pensar. Imaginou que a fadiga pudesse ter revirado sua sanidade. E decidiu manter-se quieto até que a suspeita alucinação se fôsse. 
Mas o Dragão também permaneceu ali, imóvel, seus olhos emendando o homem.
Foi então que um pânico tomou conta do velho. Imaginou que a qualquer momento a figura  assustadora pudesse devorá-lo. Fechou os olhos esperando a sua vez. 
Passaram-se minutos, sim, ao que pareceu-lhe muitos deles. Entreabriu um dos olhos, mas para seu espanto o Dragão fazia o mesmo. 
Assim o homem aproveitou-se do estranho fato e pos-se a correr, embora suas pernas não acompanhassem sua mente atlética. 
Mas o Dragão com um simples passo tomou-o numa pata e devolveu-lhe ao chão. 
-Quem é você? Decidiu perguntar o humano. 
E o Dragão elevando um pouco a cabeçorra  e com uma breve baforada, disse:
-Sou você. 
-Eu? -A resposta surpreendeu o velho. 
-Sim. Sou cada um de seus sonhos, cada um de seus medos, cada um de seus triunfos. 
-Como assim? Eu nunca seria algo  tão extraordinariamente... -e conteve -se para não ofendê-lo.
-Assutador? - Perguntou o Dragão.

"Agora eu sei que é minha imaginação porque se não ele não poderia ler minha mente. "-pensou o humano.
-Nao estou  lendo tua mente. Eu sou ela. Sou tão real quanto és capaz de imaginar. -retomou o Dragão. 
-Como saberei que não mentes? 
-Pergunte -me algo que só tu sabes.

Logo muitas perguntas foram feitas e respondidas que nem mesmo as pessoas mais próximas do homem seriam capazes de fazê-lo. 
Já quase convencido de que o estranho era mesmo ele, talvez uma espécie que rondava seu cérebro por anos, voltou a questionar o interlocutor. 
-Suponhamos que tu és meu outro eu, um tipo de Avatar que... 
- Isso mesmo.- Interrompeu-o o Dragão. - Eu sou mesmo muito inteligente, ou melhor... tu és mesmo muito inteligente! E respondendo a tua dúvida...  Sim, eu sou tua forma Avatar. Sem mim não podes subir as montanhas que almejas, mas comigo alcançarás as nuvens. 
-Quero viver em tua forma então 

-Então vá. - Pediu o Dragão-Desças esta montanha e não te esqueças do que há dentro de ti! Se acreditares em mim, tua mente sempre te levará para os lugares mais altos. Só assim seremos um e nada te será impossível! 


Karen Rocha


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Coração de princesa

Um dia um príncipe e seu servo cavalgavam aos redores do reino. 
Quando o príncipe avistou uma bela  camponesa que colhia espigas de trigo, apaixonou -se imediatamente. 
-Quem é ela?- perguntou.
Ao que o servo respondeu :
-Aquela moça se chama Lia. É a filha do padeiro. 
Dito isto o servo percebeu o que se passava e disse:
-Ah, deveras parece ter ficado impressionado com suas habilidades de colhedora ou será que o trigo que buscas é o coração de tal donzela? 
- Ha uma possibilidade de ser as duas coisas. 
Sorrisos fustigantes agitaram o ar. 
Antes que se apresentasse à moça o Príncipe decidiu não revelar sua identidade. Ele queria saber se ela gostaria dele pelo que ele era em sua essência.  Então teve uma ideia. Trocou as roupas com seu servo e fingiu ser ele. 
Em seguida, aproximou-se da moça. 
Após um pequeno diálogo e muitos retornos posteriores, de algum modo os corações dos jovens uniram-se por aquela equação química inexplicável até para os maiores cientistas. 
E numa noite particularmente iluminada com as luzes da cheia lunar,  o príncipe pediu-a em casamento. 
Como o convite foi aceito, finalmente ele revelou seu segredo. 
Os dois então se casaram no Palácio dos Amantes. 
E foi assim que uma pobre camponesa  tornou -se uma princesa, pois seu coração já era nobre. 


Karen Rocha