O Vento e a Pena
Uma pena caira de um pássaro e foi parar em cima de uma pequena Ilha. Mas a pena sentiu-se livre, pois não estava mais presa ao pássaro. Podia ser sózinha, ser ela finalmente, livre para viver sua vida.
Então o sol saiu de trás da montanha e aproximou-se dizendo:
- Ora ora peninha. Sozinha estas tão frágil. Em poucos dias minha luz te transformará em matéria seca. Nenhuma vida restará em ti.
E a pena sentindo medo disse:
-Por favor, senhor sol deixe-me desfrutar a vida antes que a chuva venha e me leve numa enxurrada.
-Está bem. Disse o sol . -No que depender de mim, jamais definharás. E afastou-se entre as nuvens.
A pena sentiu-se feliz e pensou:
"Finalmente vou ser livre"
Então a chuva ouviu seu nome e desceu correndo. Mas a peninha pediu:
-Por favor senhora chuva não me molhe. Deixe-me desfrutar a vida antes que eu me afogue neste mar e nunca mais retorne.
Assim, a chuva respondeu:
-Tudo bem. Por mim jamais serás arrastada daqui através das águas.
E logo foi molhar outros cantos.
A pena então pensou novamente:
"Finalmente vou ser livre"
Mas o mar que ouvira seu nome começou a aumentar de volume. E enquanto subia a peninha pediu:
-Por favor senhor mar,não me encubras. Se o fizeres, não resistirei e virarei lembrança. Deixe-me desfrutar a vida, antes que o vento me leve.
-Está bem-disse o mar- Não te levarei para as minhas profundidades. Dependendo de mim, estarás segura em terra firme.
Mas a pena agora começou a refletir:
"Eu sempre quis ser livre, mas estou tendo tantos desafios sózinha e..."
Então, um vento que passava olhou para a pena e disse:
-Ja não podes voar. Tu sozinha és como uma folha de figueira que levo para onde quero.
Mas a pobre peninha implorou:
-Por favor senhor vento, não me leves daqui. Deixe-me desfrutar a vida...
Mas o vento dando de ombros antes que a pena concluisse sua fala, voltou com mais força dizendo:
-Desculpe. Mas não posso ouvi-la.
E tomando-a rapidamente levou-a para bem longe.
Enquanto isso a peninha ficou com muito medo. Não sabia o que a aguardaria. Poderia ser que a morte estivesse vindo tragá-la. Sabia que poderia esperá-la, pois que mais pensaria uma tão frágil pena?
Então o vento aproximou-se de um pássaro que havia pousado no alto de uma colina e deitou em seu lado a pena aflita.
O pássaro então, tomando-a pelo bico , a repôs às suas asas. Em seguida, alçou um vôo de alívio.Finalmente sua peninha havia sido encontrada e ele se sentia completo.
E, de modo semelhante a pena experimentava a alegria de retornar ao lar.
-Ah, muito obrigada senhor vento. Agora eu sei o que é liberdade e nunca mais quero me perder.
E o vento sorrindo, abraçou-a gentilmente.
Karen Rocha
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