segunda-feira, 11 de julho de 2016





A Best -Seller

Lilian era uma escritora Best-Seller, conhecida em todo o mundo por seus livros de ficção. Um dia ela estava sentada em sua escrivaninha. Havia uma caneta e um papel nas mãos, mas a imaginação parecia vazia. Algo muito estranho estava acontecendo com ela. Talvez fôsse o sono ou a pressão de ter que escrever. Mas de todas as possibilidades seu receio maior era a ultima: Seu talento poderia estar se extinguindo.
- Não, isso nunca- Garantiu à sua voz interior. 
Levantou-se e foi até a cozinha. Tomou um copo. Precisava hidratar seu cérebro. Talvez assim ele funcionasse melhor. 
Mas para sua surpresa, ao abrir a torneira, verificou que a água havia acabado. Não podia acreditar. Agora ela a girava o máximo que podia, até que, em sua ultima tentativa, uma simples e pequena gota ameaçou cair. Mas, ao invés de espatifar-se, ela cresceu curiosamente, como se sua sede a alimentasse. O fenômeno continuava enquanto a mulher o acompanhava inerte. A gota transformara-se numa bolha gigante e parecia não querer mais parar. Foi quando, num instinto de auto-proteção, ela abriu uma gaveta de onde retirou um garfo. Espetou então com o objeto aquela coisa, mas ao invés de estourar, puxou-a para dentro.
Lilian gritou por socorro, mas logo imediatamente percebeu que estava dentro de uma espécie de bolha de quase vácuo, que surpreendentemente permitia apenas a respiração, mas não a propagação de sua voz.
"Não posso falar,não posso escrever, mas posso respirar".
De repente, a bolha estourou e ela, sem saber como se viu novamente sentada em sua escrivaninha.
Retomou a caneta e o papel. Foi até a cozinha e encheu um copo com água.
Era tudo sua imaginação. Nada foi real.
Porém, havia uma impressão profunda que ecoava em seus ouvidos agora:
"Quando não puder ouvirmos nada além de nossa própria respiração estamos prontas pra escrever".
-E do que mais uma escritora precisa se não apenas existir? - Refletiu sabiamente.
Logo as palavras era uma vez uma grande gota de água que engolia uma cidade saíram da tinta de sua caneta para o papel. E suas palavras mais uma vez conquistaram o mundo, pois haviam primeiro conquistado a ela mesma.




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