A nave-tubarão
Era uma vez um peixinho que queria ser tubarão. Apesar de seu tamanho era muito esperto. Um dia teve uma ideia. Foi ao cemitério dos tubarões e entrou dentro de um deles. Aprendeu a manusear todos os seus órgãos e começou a pilotá-lo como a uma nave aquática. Juntou-se a um bando de tubarões e seguiu-o.
Imitou os trejeitos, hábitos e sons feitos pelos seus novos companheiros. Agora os peixes menores o temiam e os enormes como o que controlava o respeitavam. Começou a sentir-se imbatível!
Ficou tão semelhante a qualquer um desses peixes grandes que ninguém podia imaginar que alguém como ele estivesse por trás ou melhor, "por dentro disso".
E andou pomposo de água em água desfilando com seu novo corpo. Seu orgulho fez com que se esquecesse de sua origem e família. "Agora eu sou o rei da água. O que mais importa ?"-Pensava.
Mas um dia enquanto saía com seu bando inflando o peito aquático como um boxiador indo para o ringue, viu algo que o abalou:era sua família e estavam fugindo deles.
Foi aí que o falso tubarão pareceu receber novamente um coração, um transplante ao dominador de quem usurpou a força de presença.
E gritou, um grito de agitação tão forte que quase o denunciou.
Mas o desespero não roubou-lhe sua única saída :a inteligência!
Entrou no coração, nos pulmões e veias da mórbida criatura e todos os órgãos reagiram com destreza incrível. O tubarão- nave agitou com tão grande força sua barbatana que arrastou os tubarões que estavam perto, ferindo-os de forma que não puderam mais mover-se.
Os demais, que estavam mais próximos de sua família nadaram para longe muito assustados.
E o pequeno peixe pulou da boca do tubarão, como se ele o tivesse cuspido.
Sua família, que assistia tudo paralisada, reconheceu-o. Abraçaram -se muito contentes.
Então, o peixinho quebrou o gelo que uma vez aprisionou seus sentimentos.
-Eu os amo. Me desculpem. Vamos sair daqui!
E se mudaram para seu novo lar. Um lugar sem tubarões.
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