terça-feira, 19 de abril de 2016

Quem comeu o bolo?






Quem comeu o bolo?

Quem comeu o bolo que deixei na geladeira? 
Quis saber Marry dirigindo-se aos seis filhos. 
Mas nenhum culpado apresentou-se e sequer houve uma testemunha.
Logo ela estava projetando um olhar general em cima de cada crianca enquanto o silêncio reinava.
E o mais velho tentou advogar. 
-Mae, não foi ninguém. Se fosse um de nós já teria contado. 
Mas a mãe insistiu desconfiada:
-Ah, mas não sei o que estão aprendendo lá fora. Não é pelo bolo, mas pela honestidade. Vocês sabem o que eu e seu pai ensinamos sobre isso. 
-Mamãe-ponderou a menina mais nova-pode ter sido o papai. 
Mas a mãe recusou o álibe. 
-Não foi ele. Vocês sabem que ele tem diabetes e não come doces. 
-Ah mas quem sabe ele nao quis levar para a vovó na viagem. -Tentou ainda a menina mais velha. 
-O pai de vocês vai ficar uma semana fora a trabalho e só na volta vai passar na casa da vovó. O bolo não resistiria tanto tempo. E se tivesse pegado o bolo para alguém, ele me falaria antes. Vocês conhecem o pai de vocês. - Refutou a mãe.
Aquele estava sendo um desafio sem precedentes para a matriarca. Ela havia ensinado os filhos a serem sempre honestos, mesmo que isso significasse perder algo. Ela dizia que a recompensa nos céus valia a renúncia de qualquer coisa. Eles eram bons filhos e isso nunca tinha acontecido antes. 
Mas agora-pensou ela- alguém está mentindo e preciso descobrir quem é. 
A essa altura ela já estava irritada, por isso falou energicamente:
-Darei mais uma chance a vocês. Terão uma hora para ponderarem e o culpado revelar-se. Se ninguém confessar, todos receberão um castigo. Estou começando a contar agora. 
TIC TAC TIC TAC... 
E as crianças se reuniram num conselho para encontrarem o responsável, mas foi em vão. 
Uma hora passou-se como alguns poucos minutos. 
E como o criminoso não se entregou, a mãe aplicou um castigo a todas as crianças. 
-Vocês ficarão sem sair para brincar até saber quem está mentindo. 
As feições dela agora tomavam um aspecto de satisfação estranha.
Muitos protestos entrechocaram-se:
"Mas mãe não foi nenhum de nós. "Essa é nossa última semana de férias." "O que faremos então? " Eu quero sair para brincar. "Mãe, por favor"
Mas a mãe encerrou o assunto. 
-Está decidido. Nem vou contar isso para o pai de vocês agora para não preocupá-lo. E retirou-se para o seu quarto. 
Aquela semana de detenção foi muito desafiadora para os pequenos.
Por isso, a mãe pensou em relaxar o castigo por várias vezes, mas não podia ceder as chantagens dos filhos. Eles precisavam aprender uma lição que jamais esqueceriam. "É para o bem deles"-confortava-se. 
E essa semana perdeu-se no mar dos dias tristes. 
Quando o pai voltou para casa e ela contou o que havia acontecido, ele disse:
- Eu sei quem comeu o bolo querida. 
-Sabe... Sério? Então quem foi? Quis saber a mulher curiosa, enquanto os filhos ouviam ansiosos. 
-Sim, foi você, meu bem. Não se lembra? 
-Não, respondeu envergonhada 
E a mãe pediu perdão aos filhos chorando. Não sabia como resolver a situação. 
Mas o marido, depois de afastar-se por alguns minutos, falou:
-Querida, não se preocupe. Podemos fazer uma viagem juntos. Já liguei para a escola das crianças e eles concordaram em prolongarem suas férias por mais uma semana. 
O pai dirigindo-se as crianças revelou a surpresa. 
-Iremos para a Disney. 
Então as crianças ficaram tão felizes que até esqueceram a frustração vivida. 
E aquela semana foi a mais divertida que já tiveram, de fato, memorável. 
Por outro lado, a mãe em breve se esqueceria também desses dias, pois fora acometida com o mal do esquecimento.


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