quinta-feira, 21 de abril de 2016


Casulo de vespas


Um grupo de adolescentes de um orfanato caminhava por uma avenida amplamente arborizada.
Porém, uma das garotas, Melina era a mais lenta e não conseguia acompanhá-los por ter suas pernas debilitadas devido a uma doença de infância que paralisava gradativamente os músculos e para a qual não foi encontrada cura. 
A uma certa distância , todos perceberam que Melina ficara para trás, mas não quiseram parar para esperá-la. 
Um deles, o mais travesso chamou a atenção deles:
-Olhem só aquele casulo.
Dito isto o garoto lançou uma pedra que tomou do chão na copa do casulo de vespas.
Todos correram em disparada por todos os lados dando gargalhadas ao verem que Melina se aproximava. 
Mas ela, inocentemente não sabia o que a aguardava, pois embora tivesse visto a algazarra, a distância em que estava não permitiu-a ver a razão. 
E quando aproximou-se, um quartel das mais assustadoras vespas veio em sua direção e sem que ela pudesse recuar, infiltrou-se em suas costas iniciando o ataque. 
Estava sendo uma luta em desigualdade numérica e aqueles jovens não correram em sua defesa. 
Mas uma mulher manca de nome Gilda que passava do outro lado da rua compadeceu-se levando-a para sua própria casa enquanto tirava as vespas e ligou para o hospital. 
Prestado o socorro devido, Melina retornou ao orfanato. 
Passaram-se dias, semanas e dois meses e a garota percebeu que seu problema na perna não existia mais. 
Voltou ao hospital que a atendeu e sugeriu que as vespas poderiam tê-la curado. Nenhum deles deu-a atenção, exceto um, que era também um pesquisador muito curioso. Então, tomou uma das vespas para analisa-lá e fez a descoberta:Seu veneno, na dose certa era capaz de agir como tratamento definitivo para várias doenças que paralisavam os músculos. Porém, em excesso era capaz de levar a óbito em minutos. A garota estava certa. Por isso o médico decidiu registrar o novo remédio e dividir com ela a patente. 
Quando o médico perguntou-a que nome deveria dar a descoberta, ela respondeu:"Gilda, pois ela salvou-me na hora certa."
Com a venda avultosa do remédio, Melina e o doutor ficaram muito ricos e famosos. 
Certo dia, numa comitiva de imprensa, uma mulher aproximando-se parabenizou-a pelo feito. Ela reconheceu-a como a Gilda que a salvou. 
A menina então abraçou-a e agradeceu. Disse ainda que dividiria toda a sua fortuna com ela. Mas a mulher recusou-se pedindo que ela compartilhasse o que tinha com os pobres. 
Desde então Melina tornou-se uma grande benfeitoria em todo o país e mundo, criando instituições de auxílio humanitário
Quinze anos depois ela recebeu o prêmio Nobel em favor dos necessitados e o ofereceu a sua melhor amiga, Gilda. 




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