O silêncio da princesa
Há muito tempo atrás havia um jovem príncipe que estava procurando uma moça para se casar. Para isso ele percorreu todo o reino, mas nenhuma moça o agradou.
Um dia foi tomar água num poço e uma borboleta pousou sobre sua cabeça.
-Pobre príncipe- disse a borboleta- porque estás a procurar uma jovem se a donzela certa já está ao teu lado?
O rapaz não entendendo o que ela estava dizendo desejou perguntar.
Mas a borboleta bateu as asas e voou para bem longe sem mais explicações.
Naquela noite ele não conseguiu dormir, pensando sobre a frase dita por aquela misteriosa voadora.
Pensou em todas as moças solteiras com quem tinha contato: as amas, as tecelãs, as jardineiras, as cozinheiras, mas nenhuma parecia ser a certa.
Havia amanhecido e ainda não sabia qual era a moça que ele deveria procurar.
E no momento em que refletia, Judith, a filha da ama de sua mãe,a rainha aproximou -se.
Eles eram amigos desde quando se lembrava. Nunca havia cogitado a possibilidade de namorá-la e muito menos casar-se com ela.
Mas pela primeira vez, naquele momento, enquanto os passos da jovem se direcionavam a ele, disse a si mesmo:
"Talvez sim. Por que não?"
A conexão entre seus cérebros parecia se ligar ininterruptamente a medida em que se olhavam.
-É você? -perguntou o príncipe à moça.
- Eu não sei o que está falando, mas eu tenho uma solução para a questão do seu casamento.- Afirmou a moça sentando-se ao seu lado para tomarem o desjejum com a inteligência e liderança que sempre fizeram parte dela.
-Ah- suspirou o jovem príncipe , continuando seu diálogo interno, agora se recriminando por pensar na amiga daquela forma.
Mas Judith continuou:
-Você sempre gostou de música. Sugiro que convide todas as moças do reino para cantarem para você. Aquela que melhor lhe agradar os ouvidos, escolha para ser tua esposa. Porém, elas devem estar de máscara. Somente depois de escolhida a tua princesa, deves tirá-la.
O príncipe achando a ideia interessante fez um grande baile de máscaras onde foram convidadas todas as moças do reino.
De uma a uma, todas cantaram. Mas tantas vozes eram lindas que o príncipe ficou muito confuso.
No momento da última candidata, o príncipe pediu que cantasse como fizera com as outras, mas ela permaneceu em silêncio.
Ele insistiu por mais uma, duas, três vezes e nada :Um silêncio completo, sendo quebrado apenas pelos murmúrios dos convidados.
Até que o príncipe finalmente anunciou com convicção e alegria na voz:
- EU JÁ ESCOLHI MINHA PRINCESA!
Todos ficaram muito curiosos. Ao longe podiam-se ver muitas moças animadas.
O príncipe pegou um anel, colocou no dedo da escolhida e casou-se com ela ali mesmo.
Foi então que retirou a máscara da moça. Era sua amiga Judith. Só poderia ser ela. E o silêncio foi um sinal de que ela era única, para que ele a reconhecesse.
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