quinta-feira, 21 de abril de 2016











O País dos brejeiros

 No país dos brejeiros as  pessoas eram pobres, mas não daquela penúria que corrompe o estômago e sim a alma. 
Havia uma completa falta de percepção que encrustava os seres na classe dos sem classes. 
Não fosse a anedota que acabo de expor, não saberia como exprimir-me. A verdade e que a complexidade da vida e sua felicidade eram vistas com olhos por demais simplórios. 
Imagine como era lá. Para alistar-se como um brejeiro precisava ser fútil. Até suas tradições eram assim. 
Todas as mulheres só usavam cor de Rosa e os homens precisavam ser ricos. Os que ponderavam sobre o propósito da vida eram descartados como esgoto nas águas marítimas. 
Um dia um homem de nome Tito chegou ao país. Suas ambições iam de escalar o Everest a descer de rapel mundo afora e edificar os humanos. Ultimamente ainda quis descer de paraquedas por uma terra distante e foi assim que chegou ao lugar. 
Ele era um ambicioso e pensador. Logo sua fama espalhou-se pelo lugar. 
-Temos um ser pensante entre nós. Vamos, façamos o nosso trabalho de limpeza! Gritaram as vozes dos seres impensantes. 
E o homem foi atirado ao mar, ecoando um grito:
-Prefiro que os tubarões comam minha cabeça que ela nunca seja usada. 
No dia seguinte, uma criatura foi vista nas águas do mar brejeiro, metade homem e metade tubarão. 
E o Homem-tubarão começou a ensinar sobre a sabedoria da vida às escondidas para os que quisessem ouvir. 
Aqueles dissidentes que o ouviram fugiram para outra margem do litoral, onde fundaram o país dos mares azuis.


Nenhum comentário:

Postar um comentário