O País dos brejeiros
No país dos brejeiros as pessoas eram pobres, mas não daquela penúria que corrompe o estômago e sim a alma.
Havia uma completa falta de percepção que encrustava os seres na classe dos sem classes.
Não fosse a anedota que acabo de expor, não saberia como exprimir-me. A verdade e que a complexidade da vida e sua felicidade eram vistas com olhos por demais simplórios.
Imagine como era lá. Para alistar-se como um brejeiro precisava ser fútil. Até suas tradições eram assim.
Todas as mulheres só usavam cor de Rosa e os homens precisavam ser ricos. Os que ponderavam sobre o propósito da vida eram descartados como esgoto nas águas marítimas.
Um dia um homem de nome Tito chegou ao país. Suas ambições iam de escalar o Everest a descer de rapel mundo afora e edificar os humanos. Ultimamente ainda quis descer de paraquedas por uma terra distante e foi assim que chegou ao lugar.
Ele era um ambicioso e pensador. Logo sua fama espalhou-se pelo lugar.
-Temos um ser pensante entre nós. Vamos, façamos o nosso trabalho de limpeza! Gritaram as vozes dos seres impensantes.
E o homem foi atirado ao mar, ecoando um grito:
-Prefiro que os tubarões comam minha cabeça que ela nunca seja usada.
No dia seguinte, uma criatura foi vista nas águas do mar brejeiro, metade homem e metade tubarão.
E o Homem-tubarão começou a ensinar sobre a sabedoria da vida às escondidas para os que quisessem ouvir.
Aqueles dissidentes que o ouviram fugiram para outra margem do litoral, onde fundaram o país dos mares azuis.
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